quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Até já, Portugal

Afinal quando dizem que o tempo voa, ele voa mesmo! Recordo as emoções do dia da despedida, aquelas lágrimas que teimavam sair dos olhos da minha mãe, o sorriso tremido do meu pai, apesar de toda a serenidade que porta consigo. Um misto de emoções. E amanhã, bem amanhã é o meu último dia completo por estas bandas. Sábado é dia de pegar na trouxa e rumar para outro lado. Uns dias em Roma para a despedida ser em grande.
Erasmus…é aquilo que cada um quer que seja! Recordo todos aqueles que me diziam “Se vais de Erasmus não fazes nenhuma cadeira!”, pois realmente não fiz uma, fiz sete. Orgulho-me. Só Deus sabe o quanto passei, o quanto me dediquei, o que sofri, o que chorei. Só Deus sabe o quanto cresci… Para mim Erasmus foi isso mesmo, um crescer constante. Fui eu, por minha conta. Não que antes não fosse, mas estar em casa, próxima (fisicamente) daqueles que amo e que me estimam, é diferente… é mais fácil. Quando falta aquele ombro onde podemos chorar, aquele sorriso que nos alenta, aquela mão que nos seca as lágrimas, aquele olhar cúmplice, o desespero vence. Há que ‘ser forte e aguentar a pressão’, mas é complicado. Principalmente nos momentos em que precisava de sossego, de uma mão amiga, mas estas minhas “galinhas” (galinhas = colegas de casa espanholas) só se preocupam com o seu próprio umbigo. “Que vou vestir hoje? Ana, estou despenteada? Ana, esta blusa fica-me bem? Ana, anda-me arranjar o cabelo. Ana, tenho a franja no sitio? Ana, vens comigo ver de roupa?”. Uma coisa é certa, nunca fui pessoa de ter muita paciência, mas depois desta experiência…!
Sim, não há só espanhóis nesta terra, tenho uma colega italiana muito brava (é assim que os italianos dizem) mas… o objectivo principal é perceber que dizem e fazer-me perceber, não é muito o espaço para criar ligações fortes.
Obrigado a todos aqueles que me fizeram tropeçar, por aqueles dias que só me apetecia fazer a mala e apanhar o primeiro voo para o colo da mamma. Cresci, mudei e amadurei.
Perdoa-me Senhor por todas as vezes que ‘gritei’ contigo.
Mas, não foram só coisas menos boas, até porque o conceito ‘Erasmus’ é mesmo o contrário. Passei bons momentos, muito bons momentos. Passeios fantásticos (neste aspecto sim, Itália è bella) e festas. Confesso que não me encaixo nesse conceito de Erasmus, não fiz do meu principal objectivo acordar todos os dias, ressacada, a pensar quando será a próxima festa. Criticada, por muitos dos meus colegas, que me acusavam de sair pouco, mas como lhes dizia ‘Tu sabes da tua vida, eu sei da minha”. Recordo o ar de intrigado do Alex quando, já farta de tanto o ouvir, lhe digo “A minha felicidade não passa por todos os dias beber até cair, nem por fumar coisas!”. Lá está, Erasmus é o que cada um quer que seja. Pela primeira vez na vida, fui criticada por estudar LOL já eu me farto de rir com esta gente.
Apesar de toda a saudade, foi muito importante perceber a falta que me fazem pequenas coisas, pequenos gestos. Perceber a importância das pessoas. Sinto-me mais rica enquanto pessoa (porque a conta bancária está bem pequenina heheh).
São momentos que guardo, bons e menos bons. Pessoas que vou relembrar para o resto da vida. A ‘bella’ Itália. Uma fase da minha vida.
Fui eu, com Deus e com todos aqueles que, mesmo longe, tiveram a capacidade de me ‘aturar’ =P

3 comentários:

Anónimo disse...

é por tudo isto(e bem mais) que te Amo... sabes né?! Il Diva =P

Beijo mana

Bruno disse...

Inda bem q nunca te aturei!
(Nem tu a mim!)

Cá t espero. ;)

Bagorrilha disse...

Cá estarei pa te dar mais colo quando quiseres, as saudades são mais que muitas e é bom ver-te assim crescida, lol
Beijinhos